sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Casamento


Alguns dizem que o casamento é como uma piscina gelada em dia de frio: sempre tem um otário que pula e, para não ser o único bobo a fazer isso, ele fica lá de dentro tremendo, mas dizendo pros amigos pularem também porque a água "tá quentinha".


Outros, por exemplo, já me falaram que o casamento foi a sua segunda atitude mais inteligente que fizeram na vida, ficando atrás somente da separação.


Enfim, uns condenam, outros também, no entanto, o fato é que até hoje nem a ciência, nem a mitologia e muito menos a religião conseguiram provar que há vida após o casamento.


Ficaremos nessa dúvida, até chegar o nosso dia e, após chegar o nosso dia, seremos aquele tontão da piscina que tenta arrastar o outro...


Está passando uma novela indiana, cujos costumes são muito diferentes e, desse modo, muito questionados por nós brasileiros. Dentre as adversidades culturais, está a forma em que ocorrem os casamentos, os quais os noivos só se conhecem durante a celebração.


Não entendo porque os brasileiros se espantam com isso e acham uma coisa de outro mundo, pois aqui, a gente não conhece o verdadeiro marido a verdadeira esposa somente após o casamento?


Talvez os estranhos e os atrasados sejamos nós.


Outra coisa que eu não entendo é por que os pobres se casam?


Primeiro, ir a um casamento e ter que comer "buraco quente" e salgadinho gelado sem recheio, beber cerveja Malta e refrigerante Bacana é tortura demais. Ninguém merece também ter que assistir as molambentas se descabelando, estragando suas chapinhas e se melecando com creme para alisar só para pegar um bouquet, que parece mais um apanhado de flores do cemitério. Também é foda ter que dar dinheiro pra gravata do noivo, que sempre vem acompanho de um ou dois bacacas que gostam de se aparecer e que fazem aquilo só para não contribuírem financeiramente.


Pior que o casamento é depois de casados. Começa pela Lua de Mel na Praia Grande e acaba com um puxadinho na casa do sogro. Juntam um monte de dívida e depois que se separam, precisam ficar discutindo com qual dos carnês das Casas Bahia cada um fica.


Não é fácil essa vida, pobre solteiro não tem nada, pobre casado tem dívida e pobre separado tem dívida dobrada com “porra nenhuma pela metade", entendeu?


Não é só pobre que se ferra. Um casamento, por mais perfeito que seja, nunca agrada. Aquelas velhas que pegam os vasinhos de cima da mesa sempre saem reclamando: "Nossa, não tinha variedade na comida", "nossa, como a noiva demorou", "nossa, os convidados do noivo eram muito bagunceiros" e assim por diante.



É foda, você gasta uma grana que dava pra dar entrada num apartamento, comprar um carro ou viajar para onde quisesse e, os filhos da puta, que te dão uma bombonieri das Pernambucanas (que não servirá pra nada no futuro,) se acham no direito de saírem reclamando da sua festa.



É por isso que tem gente que não gosta de casamento. Eu já adoro. Quando vou para um casamento eu me sinto muito bem....com aquela sensação de que alguém está se fodendo e eu estou numa boa. É muito engraçado, é como se eu estivesse numa vídeo-cassetada ao vivo ou voltando à infância e vendo aquela professora obesa e chata sentando numa tachinha que eu coloquei em sua cadeira. Não é legal?



Há quem compare o casamento com um cachorro quente do Largo 13. Muitas vezes você não passa mal por causa do cachorro quente em si, mas sim pelos ingredientes que o acompanha. Nesse caso a ervilha pode ser a sogra e o milho o cunhado.


Existe aquela velha história que se casamento fosse bom não precisaria de testemunha e também, que o casamento é uma forca; eu já discordo disso, no máximo eu o apelidaria de cadeira elétrica.


Falando em coisa trágica, dizem que o cisne sempre canta antes de sua morte e que essa é sua última ação. Para o homem (ou mulher) sua última ação antes da morte não é o canto, mas sim a despedida de solteiro.


Se você resolver pular na piscina, não se esqueça de me chamar, pois eu adoro ver os outros se lascando. Não fique bravo, um dia também chegará a minha vez.


Doug Casado Carai

Um comentário:

Rogerio Lima disse...

Risos... Como diria Edgar Alan Poe no conto "o corvo"

em relação ao acasamento "jamais saberá"