sexta-feira, 9 de maio de 2008

Brincadeira de criança, como é bom!


Era uma vez um casal de amiguinhos, Juquinha e Mariazinha, que gostavam muito de brincar a sós e, como estavam crescendo, seus pais começaram a ficar preocupados com o que faziam, até que certo dia, eles resolveram espiar.


O pai de Mariazinha e a mãe de Juquinha se uniram para descobrir o que seus filhos aprontavam escondidos, então, eles entraram na dispensa para ficarem escutando as peripécias das crianças à distância.


Como Juquinha e Mariazinha estavam demorando a chegar, os pais começaram a conversar dentro da dispensa, claro que bem baixinho para ninguém ouvir.


Depois de quase uma hora trancafiados, o pai de Mariazinha resolveu tirar sua camisa, pois aquela dispensa estava parecendo uma estufa e seu suor já escorria pela testa.


Cinco minutos depois, em meio à conversa, o pai de Mariazinha achou por bem, aconselhar a mãe de Juquinha que fizesse o mesmo, até porque o calor de lá estava insuportável.


A mãe de Juquinha, resolveu seguir os conselhos do generoso rapaz e também tirou sua blusinha, pois afinal de contas, ainda havia o sutiã por baixo e que diferença fazia um sutiã de um biquíni? Pensou ela.


Dois longos minutos se passaram, então o pai de Marizinha não agüentou e disse que estava morrendo de calor e, que tiraria suas calças, pois que diferença fazia uma cueca e uma sunga?


A mãe de Juquinha não só concordou com o generoso rapaz, como também resolveu tirar sua calça jeans que a incomodava “como nunca” no abdômen.


Trinta segundos se passaram e as libidos dos pais começaram a crescer, ultrapassando até mesmo a árdua temperatura daquela dispensa.


Até que seus filhos chegaram.


Mesmo com a euforia dentro da dispensa, os pais combinaram que prestariam atenção em tudo que suas crianças falavam e, além disso, que para ficar mais compreensível, simulariam tudo que ouviam.


Logo que chegou, Juquinha propôs:


- Que tal brincar de pega-pega?


Mariazinha falou que tudo bem.


Dois minutos depois, Marizinha disse que estava cansada de pega-pega e queria algo mais agitado. Daí, Juquinha demonstrou a ela o Elefantinho Colorido, mas antes que ela pergunta-se, “que cor”, ela indagou:


- Duro ou mole?


Juquinha ficou ainda nervoso e disse:


- Cabo de aço!


Então Mariazinha caiu na risada e perguntou:


- Vivo ou morto?


Juquinha mais esquentado, viu Mariazinha com uma venda na mão e perguntou:


- Tá afim hoje de brincar de Cabra Cega, sua safadinha?


- Eu sonhei que estávamos brincando de polícia e ladrão, daí eu te algemava no canto da cama...


Nesse momento, Juquinha interrompe Mariazinha e diz:


- De novo não, eu prefiro esconde-esconde.


- Que tal pula-cela? Pergunta Mariazinha fazendo a posição da brincadeira.


Nesse mesmo momento, o pai de Mariazinha resolve observar pela fechadura e vê sua filha naquela posição, todavia, mesmo assustado, ele resolve manter a simulação com a mãe de Juquinha.


Juquinha volta ao assunto:


- E se você desse uma empinadinha? Vou passar cerol na mão e pegar sua rabiola.


- Stop, isso eu não quero, é legal só pros meninos, prefiro jogar pelada!


- Você pode se machucar.


- É verdade. Fala Mariazinha.


- E sainha porrada ou pula-pula? Indaga Juquinha.


- Estou mais pra queimada!


- Então, passa o anel?


- Só se for depois do casamento e da casinha, diz Mariazinha.


Então, Juquinha nervoso, como a maioria dos meninos nessa situação, põe fim à conversa dizendo:


- Então eu prefiro a forca!


Após isso, Juquinha e Mariazinha saem do ambiente e seus pais deixam de ouvi-los. Surpresos com as brincadeiras de seus filhos e suados de tanto calor, bota calor nisso, a mãe de Juquinha pergunta ao pai de Mariazinha se ele ligaria pra ela no dia seguinte?


Evidentemente, que o pai de Mariazinha disse que sim, entretanto, não ligou, nem no dia seguinte e nem seguinte a esse dia.


Nove meses depois, a mãe de Juquinha dá luz a uma linda criança e resolve pedir pensão ao pai do neném.


Depois de receber a notícia e ficar muito nervoso, o pai diz à Mariazinha:


- Sabe o Juquinha?


- Sei papai.


- Eu nunca mais quero ver você ao lado daquele Filho da Puta!


Enfim, se os adultos tivessem a ingenuidade, a honestidade e o respeito que as crianças têm com os próximos, nós teríamos um Mundo muito melhor e mais justo. Mas infelizmente, conforme o ser humano faz aniversário, ele ganha de presente, o rancor, a ambição, a maldade, a malícia, o preconceito, o egocentrismo e a putaria.


Daí fode tudo e agente só passa a pensar em besteiras.


Doug Corre Cotia

“Pintando o Sete....Pecados”

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