quinta-feira, 6 de março de 2008

Feliz Natal no seu próximo Ano Novo!


Mais um ano está terminando e nós?.

Continuamos nos fodendo...

Especial da Xuxa, show do Roberto Carlos jogando rosas para velharada e cantando Paparapaparapapara, a Simone cantando "Então é Natal", especial do Chaves cantando “Queria ter sido um pastor”, filmes religiosos da Record, Retrospectiva com desastres, enchentes, mortes, um esportista que bateu o recorde sul-americano (nunca mundial), São Paulo campeão e etc.

Ano Novo, vestimos camisas Brancas, com um champanhe ruim para cacete na mão, pulamos sete ondas, esperamos a Ivone dizer que na verdade deveria comemorar à 1 hora da madrugada, pois é horário de verão...

Dia 24 e dia 25 são dois dias chatos, parecem dois domingos, ninguém está disposto em fazer nada, nada está aberto e o pior, é que o dia 23 será Domingo, portanto, serão três Domingos seguidos...só faltava passar Faustão na segunda e na terça também.

Dia 23 a mulherada já vai pra cozinha, passa o dia 24 inteiro cozinhando, dá 22h e todo mundo está morrendo de fome. Daí, nós temos que esperar dar meia-noite para fazermos a ceia e detonar a comida em 15 minutos. (As mulheres demoram dois dias para preparar a comida e, em alguns minutos, não sobra nem a nectarina que enfeitava o chester).

Falando em Nectarina e Chester, por que a ceia é sempre igual? Peru, Arroz com uvas passas, uva, pêssego e pêssego em calda (que é a única coisa que presta da cesta de Natal dada pela empresa), Panetonne, torrone, castanha, nozes, salada de maionese com maça e para brindar, uma taça de "Sidra". (evidentemente, que não podemos reclamar, enquanto temos essa rotineira ceia, 1 bilhão de pessoas no Mundo vivem na miséria...)

As comidas são boas, mas o que cansa é a mesmice. Por que na ceia de Natal não fritamos Madiopan, comemos ovos cozidos, bebemos groselha Millani com Quick de morango e na sobremesa um sorvete Concórdia (alguém lembra desse?)

O que é o Natal?

Para muitos, Natal é uma data comercial. Tudo começa pelo seu maior símbolo, o tal Papai Noel, gordo, com a barba branca, roupa vermelha e botina preta, quem não o conhece?

Certamente, todos o conhecem, entretanto, alguns não sabem que esse símbolo foi criado pela COCA-COLA (se você não sabia disso, você é um asno e deve buscar informações, pois eu gastaria mais 2 mil caracteres escrevendo e não é isso que eu quero escrever).

Não há maior comercial que esse, mas deixemos a Coca-aí-na geladeira e voltemos ao texto...

O Natal é comercial e isso ninguém tem dúvida, é presente daqui, é presente de lá, é o jantar do dia 24, é o almoço do dia 25, é amigo secreto com familiares, no trabalho e na universidade, é caixinha de Natal do gari, do lixeiro e do carteiro (todos merecedores) e fazemos tudo isso com a maior naturalidade do Mundo, gastando, gastando e gastando...

Durante todo o ano, nós trabalhamos arduamente para que?

Simplesmente para consumir. Consumir o que?

Em sua grande maioria, consumir o árduo dinheiro recebido pelo trabalho, com coisas voltadas ao trabalho. Compramos novos ternos, gravatas, almoçamos em lugares chiques com os clientes, compramos carro para ir trabalhar, compramos moto para ir trabalhar, barbeadores elétricos, as mulheres pintam os cabelos, fazem as unhas semanalmente, compramos sapatos novos, cintos, bolsas, celulares de última geração para impressionar todos no trabalho e, acho que não preciso dar mais exemplos, nossa busca incessante pelo "ter", leva-nos para um aumento de dívida e “cada ano que passa você fica mais velho” e mais endividado.

Isso é um ciclo vicioso, o qual somos reféns dessa manipulação.

Chega essa época, todos estão felizes porque receberão o 13º salário e, o que mais ouvimos?

O dinheiro veio na hora certa para quitar uma dívida que tenho....parece uma coisa divina, o dinheiro chegou na hora que eu mais precisava.

Não tem nada de religioso em receber um direito que você se lascou o ano inteiro para consegui-lo, isso é mérito total seu e de nossos antecessores, que após a revolução da Rússia em 1917, brigaram bravamente aqui no Brasil em busca dos direitos dos trabalhadores.

Mas quando sobra alguma coisa ($$$), nós torramos tudo nos shoppings que ficam 24 horas abertos, na 25 de Março, nos botecos ou nos Fast-Foods (esses dois últimos são os meus preferidos)

Para mim, essa época é o momento de maior hipocrisia. Nesse momento, desejamos o máximo de realizações possíveis às pessoas que mais não gostamos, é nessa época também, que compramos um pirulito e damos ao menino que faz malabarismo no semáforo (como se o bom velinho foi lhe ver e lhe recompensar com uma bela boneca Barbie), nessa época pedimos perdão e perdoamos os outros, nessa época dizemos que iremos mudar e que seremos mais compreensíveis e humanos, mas de fato, o que acontece? Passa o Reveilon, depois de tomar muita cachaça, temos aquela doença que esquecemos as coisas (segunda a Poliana Dercy Gonçalves Cachaceira da Silva, essa doença se chama Malzebier), daí, deixamos o restinho do ano passar e depois no finzinho dele, voltamos à hipocrisia!

Essa também é a época de planejar. Planejamos viagens, investimentos pessoais, planejamos ir ao dentista, começar a academia, fazer inglês e iniciar o tão sonhado curso de violão. Essa época realmente nós planejamos tudo e depois, passa a ressaca no reveilon e entramos na rotina do dia-a-dia, daí a gente senta em frente à TV, assiste a novela e deixa o restinho do ano acabar, para daí sim, fazer novos planejamentos!

Que lindo não?

Criticamos, no entanto, somos idênticos aos programas de fins de ano, sempre iguais.

Não sou hipócrita, nem hipocondríaco, tampouco hipopótamo, mas, desejo para você, muita SAÚDE e SUCESSO em 2008!

Doug Homogêneo
"Homem gênio ou farinha do mesmo saco?"

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