segunda-feira, 23 de junho de 2008

Dia Mundial do Foda-se


Todos nós deveríamos nos conscientizar, ao menos uma vez ao ano, que nem tudo na vida precisa ser encarado com seriedade e que certas formalidades ou ações de senso comum não servem para absolutamente nada.


Podemos ser cultos, responsáveis e disciplinados, mesmo sendo despojados e, por isso, lanço a campanha do Dia Mundial do Foda-se.


Esse dia nem precisa ser feriado, pois a graça será exatamente o contrário, nós faremos tudo que tivermos vontade até mesmo durante o expediente e, o melhor de tudo, sem preocupações com os subordinantes ou os subordinados.


Nesse dia, a liberdade será o lema principal, não haverá restrições e quem criará as regras no dia do Foda-se será cada um de nós, cada um com sua regra, respeitando a regra alheia.


Minha sugestão é que trabalharemos de camiseta regata, bermuda, chinelo Havaianna ou pantufa, não faremos a barba, tampouco passaremos gel no cabelo e pregaremos pela não utilização de gravata, sapato social, salto alto e chapinha, pois afinal Foda-se.


Será permitido chegar atrasado e sair mais cedo, comer em cima da mesa do escritório, paquerar a secretária, falar palavrões, contar piadas, conversar no MSN e acessar o Orkut, ouvir música alta, trabalhar sem calcinha e xingar o patrão, tudo conforme a regra de seu próprio Foda-se.


A expressão senhor e senhora será banida, bem como a utilização de falsidade para agradar clientes, aliás, atender os clientes será opcional, pois caberá a regra pessoal do seu dia do Foda-se.


Serão permitidos os abusos de ligações telefônicas, os jogos via internet, partidas de futebol no almoxarifado, fitebol de sabão no vestiário, campeonatos de strip pocker e liberação para a dança conjunta da música Macarena.


Poderemos almoçar no restaurante de colher, palitar os dentes na frente de todo mundo, arrotar depois de tomar uma Coca gelada, beber cerveja após a refeição, comer apenas sobremesa, isentar a salada do cardápio e deixar para pagar a conta no dia seguinte.


Depois do almoço poderemos dar uma dormidinha básica no escritório, depois poderemos substituir o tradicional cafezinho por vodka ou similares, não haverá problema em mijar de porta aberta, e, além disso, os gases flatulentos serão tolerados sem preconceito.


Dentro de casa, a mulher não fará a janta e muito menos lavará a louça, fará apenas o que tiver vontade e, se não tiver disposta a fazer certas “coisinhas”, não precisará dizer que está com dor de cabeça mesmo não estando. Já o homem, poderá chegar mais tarde sem precisar dizer à esposa que foi jogar sinuca com o vizinho.


As crianças poderão faltar no colégio, mas caso optarem em ir, poderão colocar taxinhas na cadeira da professora, tacar papel molhado no teto do banheiro, fazer cuecão no inspetor e soltar “peido-de-véia” na cantina.


Os idosos poderão comer sem dentadura, mastigar de boca aberta, contar histórias de quando eram jovens, passear na farmácia e urinar na calça, sem que sejam recriminados.


As empregadas domésticas poderão comer todas as iguarias da casa da patroa, usar suas lingeries, puxar uma “pestaninha” na cama do casal, relaxar na hidromassagem e passear no shopping com o motorista (isso, se o mesmo quiser).


O Dia Mundial do Foda-se será um grande marco na história da humanidade, pois poderemos ser um pouquinho de nós mesmo pelo menos uma vez ao ano, dessa forma, cada colega te verá sem máscara, sem vergonha e, quiçá, sem roupa.


Portanto, decrete o seu Dia Mundial do Foda-se e que se foda, seja você mesmo!


Obrigado e Foda-se você também!


Doug Nenhay Kissefoda

“defecando e vagueando”



Posfácio

Roberto Bolaños (criador do Chaves), ao dizer que “nós lhe asseguramos, nunca falhará, basta responder, Tchuri Tchuri Flum Flais”, queria, de repente, pedir para substituir a palavra foda-se por Tchuri Tchuri Flum Flais. Assim sendo, se achar “quero que se foda” muito pesado, sugiro a substituição por “Eu quero é Dança”, pois também é um sinônimo interessante.

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