quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A primeira a gente nunca esquece

Era uma vez uma bela menina de 15 anos, carinha de anjinho, corpo de mulher, pele macia, cabelos cacheados e cheiro instigante. Seu jeito meigo e ingênuo dava-lhe ainda mais ternura, tornando-a atraente ao olhar de qualquer garoto de sua idade.

Como toda adolescente, ela possuía muito medo e tabu, que lhe causando muitos desconfortos. Com sua insegurança e timidez, até suas simples ações cotidianas se tornavam difíceis, então, imagine a sua primeira vez!

Vamos a ela...

Terça-feira, uma garoa fina pairava sobre a tarde acinzentada da velha São Paulo. A garoa acompanhada com um friozinho de inverno, que deixava a cidade com cara de Europa e a população com cara de sono e desejo por chocolate quente.

Como muitos jovens, eu não tinha muito que fazer, ouvia o CD do New Kids On the Block, depois ouvia Bróz, mas sempre com uma panela de brigadeiro na mão, lambuzando-me como se fosse um bebê faminto.

Sem muita esperança de ter uma tarde normal como às demais garotas de minha idade, resolvi ser audaciosa e dar mais diversão à minha monótona vida.

Logo peguei o telefone e liguei para o Thiaguinho, conhecido de infância, crescemos juntos, ele era bonitinho, bobinho pra sua idade, mas que eu gostava muito de tê-lo como amigo. Na conversa, contei sobre minha aventura, ele se surpreendeu com minha atitude e ficou todo empolgado.

Desliguei o telefone, peguei minha bolsa da Betty Boop e fui sentir algo novo, conhecer os prazeres que a vida pode me dar.

Confesso que ao perceber o ambiente, bateu-me um arrependimento, eu lembrava de meu pai e de minha vó, nada me tranqüilizava. Sentia-me culpada por pelo menos não ter avisado alguém, no entanto, como eu já tinha "saído na chuva, então era pra me molhar" (literalmente).

Não sabia se fazia certo, mas para mostrar que estava pronta para minha primeira vez, eu usei meu dedo como uma forma de dar sinal sobre meu desejo, como se dissesse algo como "Pode me pegar" ou "Mostre-me aonde pode me levar".

Com as pernas trêmulas de nervosismo, lá fui eu, tinha que ser aquele momento, de salto alto, mini saia e perfumada, eu estava pronta para quebrar esse tabu, tinha certeza que não seria traumático a mim, pelo contrário, que só me daria vontade de fazer isso cada vez mais.

Quando entrei, para que não notassem minha baixa idade, disfarcei olhando para os lados, pois não queria demonstrar que era minha primeira vez, mesmo sabendo que todo mundo já passou por isso um dia.

Eu suava frio na entrada, mas mesmo assim, não desisti. O recinto estava à meia luz e isso foi deixando o clima melhor, sentei um pouco para me ambientar e logo já me senti outra mulher, preparada para os demais desafios.

Sentia o suspiro masculino próximo à minha orelha direita e encostado ao meu quadril, sentia uma perna que ainda não era de um homem, era de um menino de minha idade, que não era nada ruim. Eu era apertada, agarrada, mas quando havia algum movimento mais brusco, pedia-me desculpe e eu desculpava com o maior prazer.

No início, a entrada estava um pouco apertada, mas, lentamente, com muito jeitinho, a coisa foi ficando melhor e mais agradável e, nesse momento, já me sentia totalmente confortada e preparada.

Pude reparar que havia barras no local, nesse instante foi cômico, até pude imaginar performances que poderia fazer com a barra, igual à que a Flávia Alessandra fazia na novela. Também pude notar que no teto havia um espaço para abrir, vendo o céu e deixando o ar circular em meio àquele clima quente.

Na frente estava muito bom, delicioso, realmente algo que lembrarei para a eternidade, entretanto, como saí preparada para tudo, resolvi que também deveria explorar a parte de trás, enfim, se não der, eu volto para o ponto de partida.

Realmente, ao tentar penetrar no fundo, tive imensa dificuldade, era um aperto diferente, algo extremamente incômodo, a coisa já não estava agradável como antes, meu nervosismo voltou e não contive, caí em prantos.

Chorei
por alguns instantes, mas como disse que no caso de uma adversidade eu iria novamente para frente, levantei a cabeça e fui linda e loira, como se nada tivesse ocorrido.

Sentei sobre ele e com o seu movimento vagaroso, voltei a me tranqüilizar e a me sentir bem. Nesse instante, toda a recordação do pai e da vó já não estavam presentes e tudo que fazia era curtir o momento com o seu balançar.

Era muito gostoso, eu ouvia um som, mas minha excitação de experimentar algo novo era tão grande, que não me deixava prestar atenção nos dizeres e tampouco na música que rolava baixinha no ambiente.

Já estava toda molhada, minhas pernas tinham voltado a tremer, o suor a escorrer e minhas pupilas à dilatar. Estava eufórica, a adrenalina era intensa. Parecia que tinha usado uma droga, eu era jogada para um lado, para o outro, cheguei até a bater a cabeça, entretanto, tudo estava muito divertido e só pedia mais e mais.

Depois de mais de uma hora nessa loucura, não me importava se puxava o cabelo, se apanhava, se era apertada, jogada, enfim, importava-me a sensação deliciosa e única que estava sentindo, tinha vontade de ligar para as minhas amigas, dizendo que tive coragem e que aconselhava a mesma aventura à elas.

Em meio à excitação, notei que o entra e sai passou a ser mais intenso, eu sentia um calor imenso dentro de mim e aquele vai, pára, entra e saí, aperta aqui, afrouxa ali, foi me dando uma sensação estranha, mas ao mesmo tempo gostosa. Dessa forma, fui me empolgando ainda mais e só pedia para ela não parar, não parar e não parar, mas, ele parou.

Parou repentinamente, no momento em que mais gostava, nesse instante fiquei chateada e perguntei porque tinha feito isso. De uma forma rude, fui respondida que não dava mais pra continuar, aliás, que até daria pra voltar, porém, só depois de no mínimo 15 minutos.

E mesmo assim dizendo que não era culpa dele e que eu teria que aguardar. Fiquei "prostituta" da vida, como não tive escolha, além do mais, a escolha e a idéia foi minha, fazer o que? Tive que aguardar né.

Esperei mais de 15 minutos e nada daquele mole levantar, não me contive fui até ele. Quando me aproximei, pude notar que o cafajeste estava dormindo, babando em cima de seu próprio braço. Aí que raiva!

Nessa hora, parei pra pensar o porquê toda mulher reclama dos homens, eles não respeitam as vontades alheias, só pensam em seus próprios desejos, como se o Mundo rodasse em torno de seus umbigos (talvez em torno de outra parte de seu corpo).

E o pior, naquele momento já escurecia, a garoa se acentuava e provavelmente meu pai já estava preocupado comigo. Comecei a me culpar novamente, a me martirizar. Sentia-me fraca, usada, arrependida, gorda, descabelada, enfim, minha sentia um lixo de menina. Não me contive e caí nos prantos novamente.

Ainda soluçava de tanto chorar, quando surtei e tomei coragem, fui até ele e o acordei para tirar satisfação, pois não era justo comigo, aliás, nem mesmo uma cadela podia ser tratada dessa maneira.

Ao chegar nele, pude ver algo horrível, ele tinha a unha do dedinho da mão esquerda grande e, o pior, pintada de roxo, estava com um bigode ralo, parecia um menino de 11 anos.

Cheguei ao seu lado e logo puxei um pelo de seu bigode para largar de ser besta. Ele deu um pulo de susto e disse "Você está doida menina? Só não lhe arrebento porque é uma garota". Sem deixá-lo respirar, fui logo falando que não era justo ter me deixado na mão, esperando-o e que eu exigia que ele tomasse uma atitude imediata.

Ele levantou e, como se me obedecesse, pediu apenas para lavar o rosto e, em seguida, veio em minha direção. Disse que já estava pronto pra outra, contudo, só precisaria esquentar o motor novamente.

Nesse momento, dei um pulo de emoção e lhe tasquei um beijo molhado no rosto. Olhando-me com cara de desejo, ele apenas disse:

- Pode entrar, o ônibus das 18h15 já está de saída.

Doug Busâncio Lota Dassu
"Funcionário da Viação Bola Dentro"

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